Cinema


Roteiro:

O que é um roteiro?
Existem varias formas de se definir um roteiro. Uma simples é direta seria:
 A forma escrita de qualquer projeto audiovisual.
Obs: Audiovisual atualmente abarca o teatro, cinema, vídeo, televisão, radio, etc.

Diferenças entre um escritor e um roteirista: 
Um escritor, um romantista, ele escreve e um roteirista ele trama, ele narra, ele descreve. Escrever um roteiro é muito mais do que escrever.
Todo mundo já teve seus cinco minutos de "roteirista" ou pelo menos já passou pela situação,onde alguém mostra alguma  imagem, seja fotos de uma viagem até filmagem de uma festa de aniversario, onde  foi narrando situações e acontecimentos. E as vezes um história contada por uma pessoa, não fica tão interessante do que a mesma história  contada por outra pessoa.
As vezes o que fica bom no papel nem sempre fica bom na tela. Um bom roteiro não é certeza de um bom filme, mas sem um  bom roteiro não existe com certeza um bom filme.

 Escolher uma história
A história pode ser inédita ou banal, real ou imaginária Pouco importa.
Um simples recorte de jornal ou fatos que já foram contados de diversas maneiras e milhares de vezes, podem ser material para uma obra-prima.
O que faz de uma história uma obra-prima  é a qualidade do olhar, a qualidade do ponto  de vista e a capacidade de através do micro chegar ao macro.
Muito importante para as pessoas q querem ser roteiristas: Criar um espaço só seu , onde você pode armazenar idéias, recortes de jornais, pensamentos e tudo mais que possa servir  de fonte de inspiração.
Precisamos sempre leu muito e ler de tudo
-Clássicos;
-Best Sellers;
-Literatura de Cordel;
-Livros mal escritos.

Imaginação é a nossa principal fonte de inspiração, portanto ela deve estar sempre bem alimentada; além de muita leitura, precisamos estar abertos a todas as formas de artes. Ir  a teatro, cinema, exposições,museus concertos. Aprender a ver TV com olhos artísticos.
Precisamos ver tudo com olhos artísticos e com curiosidade de pesquisador.


 Escolher um eixo para a sua história.

Qual é o assunto do seu roteiro? Sobre o que ele trata ?

Lembre-se de que um roteiro é como um substantivo - uma pessoa, num lugar, vivendo sua "coisa" é a ação.  Quando falamos de um assunto de um roteiro, estamos falando sobre  ação e personagem.e o que acontece a ele ou ela.
Ação é o que acontece; personagem, a quem acontece. Todo roteiro dramatiza ação  e personagem. Você tem que saber  sobre o que é o filme 
O eixo está onde está o tema principal da história. Alguns escritores o chamam de conflito-matriz, onde fazemos um esboço e começamos a imaginar a história, tendo como ponto de partida uma frase a que chamamos de story line.

Ex.: " A história conta o drama de uma mulher que mata seus quatro filhos e depois enlouquece".

A story line, deve ser breve, concisa e eficaz. Não deve ultrapassar as 5 linhas, e através dela devemos ficar com noção daquilo que vamos contar.


Quando mais você sabe, mas pode comunicar.
Conheça o seu assunto

Pesquisa é essencial para escrever o roteiro. Uma vez escolhido o assunto e a story line do seu filme chega o momento que você determina aonde você poderia ir para aumentar o seu conhecimento sobre o assunto.

Ex.: Você está escrevendo uma história sobre um corredor de bicicletas.
Que tipo de corredor ele é? Curta, longa distância ? Onde acontece as corridas de ciclismo ? Onde você quer que aconteça a história ? Existem diferentes tipos de  corridas e circuitos? Associações, clubes ? Quantas competições acontecem ao longo do ano ? Que tipo de bicicletas eles usam ?
Pesquisas lhe dão ideias, sensibilidade para as pessoas, situações e locais.


Como já foi mencionado, as vezes um história contada por uma pessoa, não fica tão interessante do que a mesma história  contada por outra pessoa.
Contar bem uma história  é uma arte que algumas pessoas falam que a fórmula para se obter isso é: 10% de inspiração, 90% de suor. 
A nossa inspiração pode vir às vezes nos momentos mais inesperados.  
Quando surgir uma ideia, anotar sempre e depois de ter captado todas as ideias fazemos um diagrama  dividindo o fato em três setores que é:


Outro modelo usado que ajuda bastante no desenvolvimento da história é:

Logos  Pathos Ethos

A ferramenta de trabalho que dará forma ao roteiro e o estruturará é a palavra. O Logos é essa palavra, o discurso, a organização verbal de um roteiro, sua estrutura verbal.
Um roteiro, a sua história, provoca identificação, dor, tristeza. Pathos é o drama, é o dramático de uma história humana. É portanto, a vida, a ação, o conflito do quotidiano que vai gerando os acontecimentos.
A mensagem tem sempre uma intenção. É o Ethos, a ética, a moral, o significado ultimo da história, as suas implicações sociais, politicas, existenciais, etc.

Receita rápida de como se fazer um roteiro:

  • Primeiro encontra-se um tema.
  • Depois estrutura-se a ideia; 
  • Em seguida definem-se as personagens, 
  • Mais tarde procuram fatos que façam falta,
  • Posteriormente estrutura-se o primeiro ato, depois o segundo, e depois o terceiro. 
  • Quando o primeiro rascunho está pronto, fazem-se um revisão e as alterações necessárias. Por ultimo é preciso poli-lo até ficar pronto para ser visto por todos.
  • O cinema é uma arte coletiva, então quando você escreve uma história, você escreve para  toda uma equipe e sua obra final, não é apenas sua. É também da equipe toda.
  • Lembrando que cada membro da equipe também vai expressar a sua forma de arte, e que o resultado final as vezes não é exatamente o que você imaginou quando escreveu.



Personagens


Como se cria um personagem ?


Chegou o momento de pensar em quem vai viver este conflito básico na qual já foi esboçado.
O personagem é o fundamento essencial do seu roteiro. É o coração, a alma e o sistema nervoso de sua história. Antes de colocar uma palavra no papel, você tem que conhecer o seu personagem.


Conheça o seu personagem


Quem é o seu personagem ? Sobre quem é a sua história ?

Primeiro, estabeleça o personagem principal. Depois separe os componentes da vida dele/dela em duas categorias básicas: interior e exterior.


  1. A vida interior de seu personagem acontece a partir do nascimento até o momento em que o filme começa. É um processo que forma o personagem.
  2. A vida exterior do seu personagem acontece desde o momento em que o filme começa até a conclusão da história. É um processo que revela o personagem.

O filme é um meio visual. Você deve encontrar maneiras de revelar os conflitos do seu personagem visualmente. Você não pode revelar o que não conhece.

Daí a distinção entre conhecer o seu personagem e revelá-lo no papel.



Comece com a vida interior.

Ao formular seu personagem desde o nascimento, você o vê tomar corpo e forma. É o momento da pesquisa criativa.
  • Seu personagem é masculino ou feminino ?
  • Quantos anos tem quando a história começa ?
  • Onde vive ?
  • Com que vive ?
  • Que cidade é pais ?
  • Onde nasceu ?
  • É filho único ou tem irmão e irmãs ?
  • Que tipo de infância teve ? Feliz ? Triste ?
  • Como era ou é o relacionamento com os pais ?
  • Que tipo de criança era ? Brincalhona, extrovertida ou estudiosa e introvertida ?
  • É casado, solteiro, viúvo, separado divorciado ?
  • Se é casado, a quanto tempo e com quem ?
Etc ..

O aspecto exterior de seu personagem acontece do momento inicial do roteiro até a ultima palavra. É importante examinar os relacionamentos nas vidas de seus personagens.

  • Quem são eles e o que fazem ? 
  • São felizes ou infelizes com suas vidas ou estilos de vida? 

Como revelar seus personagens no papel ?

Você deve criar essas pessoas em relacionamento com outras pessoas ou coisas. Todos os personagens dramáticos interagem de três formas:

  1.  Eles experimentam conflito para alcançar sua necessidade dramática. Ex.: Precisam de dinheiro, para comprar alguma coisa. E como ele consegue ?
  2. Eles interagem com outros personagens, seja antagonismo, amigavelmente ou indiferente.
  3.  Eles interagem consigo mesmos. 

Como fazer de seus personagens gente real ?

Primeiro classifique a vida do personagem sob três componentes básicos - profissional, pessoal e privado.

Profissional: O que faz para viver ? Onde trabalha ?
Se o personagem trabalha num escritório, o que ele faz lá ? Qual o seu relacionamento com os colegas ? 
Quando puder definir e explorar os relacionamentos do personagem principal com as outras pessoas de sua vida, você estará criando uma personalidade e um ponto de vista. e este é o ponto de partida de para a caracterização.

Pessoal: Muito do pessoal você acaba criando quando fez a pesquisa criativa sobre a vida interior. defina os relacionamentos pessoais do seu personagem.

Privado: O que faz seu personagem quando está sozinho ? 

Ex: hobby interessante, estuda algo, assiste tv, etc.

Qual é a necessidade do seu personagem ?
O que ele ou ela deseja no seu roteiro? 
Defina a necessidade do seu personagem, uma vez definida você pode criar obstáculos a essa necessidade. 


A essência do personagem é a ação. Seu personagem é o que ele faz. Os filmes é um meio visual e a responsabilidade do escritor é escolher uma imagem que dramatize cinematograficamente o seu personagem.

Forme seus personagens criando biografias para eles e depois revele-os através de suas ações e possíveis traços físicos.

Processo de construir um personagem

Primeiro, crie um contexto do personagem. Preencha-o então de conteúdo. Contexto e conteúdo, são princípios abstratos que lhe oferecem uma ferramenta valiosa no processo criativo.

Ex.: Imagine uma xícara de café vazia. Olhe dentro dela. Há espaço dentro da xícara. 

Esse espaço interno é o local que você vai preencher com líquido, esse líquido sera o conteúdo da xícara. 

O ato de você colocar o conteúdo dentro da xícara é o contexto 

Xícara = personagem 

Café = Biografia (vida interior) 

O ato de colocar o cafe na xícara = revela o personagem (vida exterior) 

Obs.: Essa biografia do personagem é para você. Você não precisa obrigatoriamente inclui-la no roteiro. Porem no momento de caracterização essa biografia sera riquíssima na construção do personagem, tanto para o ator quanto para a equipe de arte.


Criação de um personagem

Há duas maneiras de abordar um roteiro. Uma é ter uma ideia e depois criar os personagens que caibam nessa ideia. Que é o que vocês estão fazendo, ao começar a escrever tema, story-line, etc.

E a outra maneira é criar um personagem, uma necessidade, uma ação e uma história.



Tv - Cinema - Teatro

O roteirista é um pintor que retrata cenas. Ele pinta verbalmente através dos diálogos, de rubricas, da sinopse este retrato verbal sera trabalhado por toda a equipe restante, principalmente pela equipe de arte.
Precisamos saber visualizar a história cena por cena e aprender também como colocar essas informações no papel.
O roteirista pode até não conhecer muito bem as diferenças e vantagens e as limitações de cada veículo, mas ele precisa ao menos sentir o que é possível adequar.
Teatro, cinema, televisão podem ser veículos artísticos igualmente belos, quando bem usados. E usar bem significa, entre outras coisas, saber que determinadas histórias adaptam-se melhor a este ou aquele veículo.
Ir ao cinema ou ir ao teatro pressupõe o ritual de se aprontar, escolher o filme ou a peça, e sair de casa ... Programas de televisão nem sempre a escolha é consciente, porque ela participa da vida das pessoas, você liga o aparelho e começa a assistir programas diferentes um atras do outro.

Grandes poderes trazem grandes responsabilidades
Tio Ben Parker
A televisão é um poderosíssimo instrumento para a formação cultural. O roteirista tem nas mãos, parte deste poder e desta responsabilidade. O grande desafio deve ser escrever roteiros que elevem o nível, sem parecer moralista ou didático.
O roteirista tem que ter bem claro em mente o que quer provocar. Por exemplo: saber usar o nu e o erotismo é uma arte. Um corpo nu pode ser belíssimo, mas pode roubar o erotismo de uma cena quando não deixa nada para a imaginação.
Precisamos lembrar que também em televisão escrevemos para um publico diversificado. Um grande parte desse publico não tem acesso a outras formas de cultura ou diversão. Parte do desafio do roteirista é adequar a trama á media do publico, sem provocar o desinteresse dos telespectadores mais exigentes.
Outro desafio é conciliar o ato criativo com o custo da produção, interesses da propaganda... interesses da empresa, etc. Não podemos esquecer que a televisão vive de espaços comerciais que vende e o poder de fascinar o público.
Assim como um pintor, que precisa aprender a manejar os pinceis e misturar as tintas, o roteirista também precisa conhecer as ferramentas do veiculo e não apenas sair escrevendo histórias.



Recursos técnicos


A diferença básica se reside no discurso: Na TV este é entrecortado, no cinema é continuo.

O discurso entrecortado, ou interrompido deve ser construído de forma a manter, antes e depois da interrupção para a publicidade, o mesmo grau de atenção do telespectador.

O discurso continuo, não tem essa necessidade. Os telefilmes e as minisséries, que produzem respectivamente para a TV,tem já estudadas as pausas para a publicidade.

A linguagem da TV é polimórfica; em uma hora de programação, encontramos diversos tipos de linguagem, como por exemplo, telenovelas, noticiários, publicidade,filmes, etc.

A linguagem do cinema é monomórfico; num filme mantem  um mesmo tipo de linguagem durante toda a projeção cerca de duas horas, com o estilo do diretor, etc. mas também encontramos publicidade no cinema que chamamos de publicidade encoberta, a que os norte americanos chamam de merchandising. Este tipo de publicidade, tão comum na televisão, vem penetrando na industria cinematográfica para aumentar a rentabilidade dos filmes cada vez mais caros.

Existem basicamente dois tipos de merchandising: o Horizontal e o Vertical.

Horizontal é aquele que se apresenta no fundo do cenário, sob forma de bebida colocada encima de uma mesa, representados por automóveis que os personagens conduzem,etc.

Vertical é o tipo de publicidade com o personagem " fala sobre" ou "atua com" com o produto. Um dos exemplos mais conhecidos desse tipo de publicidade é do filme De volta para o futuro. O personagem principal recebe um nome de uma marca de roupa internacionalmente conhecida e ele também a usa.

No merchandising Horizontal, o roteirista não é responsável e nem interveem sobre ele. Já o Vertical ele cria a cena em função do produto que se anuncia.

Língua e televisão
A linguagem muda da TV, cinema e teatro ?
Existe uma grande diferença na linguagem entre a linguagem do teatro e a linguagem da TV dependendo da projeto. Mas a TV muitas vezes da abertura para que você faça mais coisas enquanto você assiste aos programas.
O cinema é um intermédio entre a TV e o teatro.



Impacto Visual

O roteirista é um pintor que retrata cenas. Ele pinta verbalmente através dos diálogos, das rubricas e até mesmo da sinopse. Esse retrato verbal será trabalhado pelos cenógrafos, pelos atores, enfim, por todos os envolvidos. Precisamos aprender a visualizar a história cena por cena. Alguns roteiristas fazem anotações dessas visualizações. 

  • Corte direto - Fulano diz "detesto chicletes". A câmera corta e abre para a cena seguinte em que o mesmo fulano, está feliz com a namorada que masca um chiclete.
  • Fusão - Uma imagem é sobreposta a outra para formar uma terceira.
  • Flashback (passado)/ Flaskforward (futuro) - Usado em geral, para indicar a lembrança ou a passagem do tempo de uma época passada ou futura  e pode ter como ponto de partida um rosto, um objeto ou um som. Um rosto que aparenta ser um homem duro, sem sentimentos A câmera fecha e abre mostrando o rosto do mesmo homem noutra época mais feliz.
  • Desdobramento de imagem - Uma forma de indicar um sonho. Um menino deitado, enquanto outra imagem deste garoto parece estar levantando e passa-se, assim para as cenas de sonho.




Neste link você encontrara dicas de Como formatar o seu roteiro 

Escrevendo um projeto audiovisual

Sinopse:
A sinopse é a carta de apresentação de uma obra. Nela vendemos uma idéia. A ideia de uma história fascinante ! Precisamos convencer a todos que lêem a sinopse a acreditar nisso! ... Precisamos que as pessoas se apaixonem pela nossa história. 

A sinopse vai ser lida e discutida por patrocinadores, todas as equipes de produção, diretores, atores. É preciso que ela colha entusiasmo e dê uma idéia clara do que se pretende criar.

Obs: É importante organiza-la de maneira com que cada parte interessada possa tirar rápido e claro as informações de que precisa.

Uma sinopse pode ser dividida em três partes e conter as seguintes informações:

Primeira parte: A trama

A trama é apresentada em forma de narrativa e resumida de duas maneiras:

Story Line -  A story line é o resumo do resumo. A deve ser breve, concisa e eficaz. Não deve ultrapassar as 5 linhas, e através dela devemos ficar com noção daquilo que vamos contar.

Argumento - Também chamado de sinopse , o argumento é um resumo bem mais detalhado e deve conter, no mínimo, as seguintes informações sobre a trama prncipal:

  • Lugar (cidade , bairro, etc).
  • Época (ano, mês, estação).
  • Tempo coberto pela história ( um dia... uma semana... dez anos).
  • Ordem da narrativa (linear ou intercalar memórias de infância, por exemplo).
  • Tramas paralelas (se houver, dizer em poucas palavras como se ligam ao tema principal).

Segunda parte: Personagens

  • Numero total de personagens (atores e figurantes).
  • Numero total de personagens (um mesmo ator pode ás vezes fazer mais de um personagem).
  • Numero total de figurantes.
  • Descrição de cada personagem : aspecto físico, temperamento, eixo psicológico (atitude e ponto de vista), modo de vestir, detalhes de sua vida (profissional, social, secreta), necessidade dramática (o que quer conseguir), mudança (como vai reagir diante dos conflitos).

Terceira parte: Cenários

  • Numero total de cenários (internos e externos).
  • Descrição de cada cenário (local, hora razão do cenário, tom emocional do cenário, detalhes importantes).

Para muita gente, as palavras "argumento" e "sinopse" são apenas sinônimos: história contada em formas narrativas para fins cinematográficos (argumento) ou televisivos (sinopse). Porém, pra que a narrativa seja bem compreendida, precisamos de outras informações, tais como o perfil dos personagens e dos cenários, story line, etc.
Sinopse é um mapa comum, ele tem que guiar interesses muito diversos. Enquanto o maquiador pode estar interessado apenas em saber como sera a maquiagem ou cabelo da atriz, o patrocinador que saber quanto a produção vai custar, qual vai ser o roteiro e se haverá possibilidade de fazer propaganda de um determinado produto. O ator estará preocupado em descobrir se deve ou não aceitar o papel e se aceitar, como irá interpretar o personagem.



Adaptação:

Frequentemente, o roteirista inexperiente, costuma achar mais fácil a adaptação do que a escrita de um roteiro original. O fato de recriar algo implica o risco de que o produto reelaborado perca em relação ao produto original e as vezes isso ocorre ao contrario, onde o seu produto reelaborado ficar melhor do que o original.

Muito importante é você escolher uma obra que possa ser transformada e não perder a sua qualidade
.
Adaptar uma novela, livro, peça de teatro ou artigo de jornal ou revista para um roteiro é a mesma coisa que escrever um roteiro original. "Adaptar" significa transpor de um meio para outro.

A adaptação é definida como a habilidade de "fazer corresponder ou adequar por mudança ou ajuste" - modificando uma coisa para criar uma mudança de estrutura, função e forma, que produz uma melhor adequação.
Em outras palavras, um romance é um romance, uma peça de teatro é uma peça de teatro, um roteiro é um roteiro, são simplesmente formas diferentes de se contar uma história.

Quando você adapta um romance, peça de teatro ou mesmo uma canção para roteiro, você está trocando uma forma pela outra.
Está escrevendo um roteiro baseado em outro material.
Em essência, entretanto, você ainda está escrevendo um roteiro original. E deve aborda-lo da mesma maneira.



Graus de adaptação:

Adaptação propriamente dita
Consiste em você ser o mais fiel a obra. Não há alteração da história, nem de tempo, nem de localizações, personagens, etc.

Exemplo: Olga, Harry Potter, The Wall, etc.


Baseado em
Neste caso, exigi-se que a história se mantenha na integra(embora se altere o final). Podemos alterar nomes das personagens e algumas situações. 

Exemplo: Os filmes baseados no Drácula, todos diferentes ao mesmo tempo são baseados na mesma obra. 




Inspirado em
O roteirista tem um ponto de partida a obra original: seleciona uma personagem, uma situação dramática e desenvolve uma nova história com uma nova estrutura.Contudo alguns aspectos funcionais da obra são respeitados e mantidos.

Exemplo: Walking Dead, Once upon a time


Recriação
O roteirista pode trabalhar a vontade com a história, mudando personagens, deslocando a história para outro tempo e espeço. Cria uma nova estrutura. O grau de fidelidade do roteirista para o original é a minima.

Exemplo: Grimm, Supernatural, Elementary


Adaptação Livre
É um trabalho muito próximo a adaptação propriamente dita. Não há alteração da história, de tempo, localizações nem de personagens. Consiste apenas em dar mais ênfase a um dos aspectos dramáticos da obra, criando uma nova estrutura para o conjunto. A história mantem se integra, mas através de uma nova visão de um novo ponto de vista criado pelo roteirista.

Exemplo: Frankenweenie, Django livre




Teatro
A grande vantagem de adaptar uma peça de teatro é que os diálogos principais já foram escritos e o material já se encontra de forma organizada
Uma peça de teatro, por outro lado é narrada em palavras, os pensamentos, sentimentos e eventos são descritos em diálogos. Uma peça de teatro lida com a linguagem da ação dramática.

Você está lidando com formas diferentes, mas com o mesmo princípio. 
Você precisa encontrar uma forma de visualizar os eventos referidos e contados por forma de diálogos e transforma-los em uma dimensão visual. 

Romance / conto / livro
É o local onde a gente encontra o material básico do roteiro de forma condensada.

Em um livro geralmente lida com a vida interior de alguém, os pensamentos, sentimentos, emoções e memorias do personagem que ocorrem dentro do cenário mental da ação dramática. 


Um roteiro lida com detalhes - o tique - taque do relógio, uma criança brincando numa rua vazia, um carro virando a esquina. Um roteiro é uma história contada com imagens, colocada  no contexto da estrutura dramática.
Um adaptação deve ser vista como roteiro original. Ela apenas começa no romance, livro, peça de teatro, artigo, canção.
Essas são as fontes, o ponto de partida. nada mais.
E quando você adapta, não é obrigado a manter-se fiel ao material original.

Um jornalista aborda sua pauta conseguindo fatos e reunindo informações, fazendo pesquisas de texto e entrevistando gente relacionada á matéria. Uma vez que tenha todos os fatos, pode imaginar a história. 

Quanto mais fatos um jornalista consegui coletar, mais informação ele tem; ele pode  usar toda, parte ou nada dela. Uma vez coletados os fatos, ele procura pelo "gancho" ou "ângulo" da matéria e então escreve a história usando somente aqueles fatos que valorizam e dão apoio ao material.

Mas escrever um roteiro é exatamente o oposto. Você aborda o roteiro com uma ideia, um assunto, uma ação e personagem, e depois trama o enredo que vai dramatizá-lo.

Um vez que tenha o enredo básico, você expande; pesquisa, cria personagens, faz biografias dos personagens, entrevista pessoas se necessário, coleta todos os fatos e informações dispersas que constroem e dão apoio á sua história. se você precisa de alguma coisa pra a história você inventa!

Os fatos dão apoio á história num roteiro; pode-se até dizer que eles criam a história.

Ao escrever um roteiro, você vai do geral para o particular; primeiro você encontra a história, depois você coleta os fatos. Em jornalismo, vai-se do particular para o geral; primeiro coletam-se fatos, depois encontra-se a história.




Roteiro Técnico

Roteiro literário é aquele que o roteirista escreve, a história, os diálogos sem maiores indicações para as filmagens como movimentos de câmera, iluminação, captação de som, etc.

O roteiro técnico será elaborado pela equipe de produção com a supervisão do diretor, depois de fazer o que chamamos de decupagem, um estudo minucioso do roteiro literário.    


Ele é desenvolvido posteriormente, dá indicações quanto ao posicionamento das câmeras, uso de gruas, iluminação e efeitos audiovisuais.

É guia básico, que pretende traçar o caminho para que seu trabalho ocorra de forma mais organizada e rápida.

 Decupagem ou Análise Técnica: 

Decupagem de Roteiro
O que é decupagem de roteiro? É o detalhamento do roteiro técnico de forma a prever todos os recursos que serão utilizados em cada cena.

É uma listagem de necessidades e providências feita pelos departamentos envolvidos na produção (iluminação, equipamentos, figurinos, transporte, cenários etc.). Todos os setores encaminham suas análises técnicas à direção de produção, que faz o planejamento global da produção.

A decupagem é feita em conjunto pelo diretor e o produtor do filme e compreende o levantamento de necessidades cena por cena. É aqui que se decide, baseado no orçamento disponível e na opção estética do diretor, quais serão o recursos e elementos a serem usados no projeto.

Exemplo de Decupagem:

Filme: 
Cena: 
Local: 
Atores: 
Figurino: 
Figuração: 
Objetos de cena: 
Equipamento: 
Equipe:
Obs.: 





Dicas

  • É preciso revisar o roteiro e a sinopse inúmeras vezes. Reescrever dezenas de vezes a mesma frase ou o mesmo diálogo. Reescrever até  encontrar o tom certo, a frase certa. Ler em voz alta para perceber se o script saiu natural e se o ator vai ser capaz de falar o que se escreveu sem perder o fôlego.
  • Cada cena deve ter um propósito e uma imagem vale mil palavras. Sempre que possível devemos substituir diálogos por imagens nem deixar o roteiro ou a sinopse mal costurado e a mercê  de interpretações variadas.
  • Criar uma identidade própria.
  • Pronto o argumento e o roteiro, deve-se registrá-los antes que passem por inúmeras mãos.


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